terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Demência por Corpos de Lewy

Há muitas doenças que só descobrimos da pior forma: quando elas afetam algum familiar. Recentemente descobri esta, uma demência similar ao Alzheimer, porém com algumas diferenças, como a alternância com momentos de lucidez, problemas de rigidez e parkinsonismo. Um dos complicadores é o diagnóstico e a fácil confusão com outras doenças, que pode acontecer (e bem sei) de serem utilizados neurolépticos que não são indicados neste caso.



Outros links de interesse:
http://alzheimerportugal.org/pt/text-0-9-39-37-demencia-de-corpos-de-lewy
http://www.dementiatoronto.org/printables/DLB-Portuguese.pdf 
http://www.alzheimers.org.uk/site/scripts/documents_info.php?documentID=113

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Cuidadores de idosos, por Astor Wartchow* (Zero Hora de 16/10/13)

Artigos recentes em Zero Hora abordaram diversos e procedentes aspectos relacionados aos idosos. Gostaria de me referir a um ponto costumeiramente desdenhado e esquecido. A questão do cuidador familiar, isto é, o cuidador não profissional. O cuidador por afinidade de parentesco, a exemplo de irmãos e filhos, principalmente. Quem realmente se preocupa com o seu idoso? Quem realmente cuida do seu idoso? Qual o ônus pessoal e familiar desse cuidador? Uma rápida pesquisa confirma o que é de (re)conhecimento de todos. A absoluta maioria dos filhos se omite na atenção aos próprios pais. Corrijo: se omite na atenção partilhada aos pais, já aos cuidados de algum parente. Sim, regra geral, alguém está na companhia do idoso. Mesmo nos raros casos daqueles que tenham a colaboração de cuidador profissional, os filhos responsáveis e rotineiramente presentes sofrem uma imensa e desgastante carga emocional, na proporção das dificuldades e necessidades impostas por seu idoso. Mas sofrem um duplo desgaste emocional, pessoal e familiar, na proporção da omissão dos demais que deveriam – por razões éticas, responsabilidade e por solidariedade – se fazer presentes nos cuidados do seu idoso. O responsável presente tem privações de lazer, de convivência com filhos, companheiros e amigos. Há casos em que nem casamentos resistem. Esse sobrecarregado cuidador familiar tem perturbações emocionais que atrapalham seu trabalho e convivência profissional. Toda essa privação e suas “dores” resultam sentimentalmente reiteradas e agravadas nas omissões do outro. Porque o outro que se faz ausente goza os prazeres da vida e das oportunidades. Posta a situação de modo real e verdadeiro, entre duas realidades opostas, ainda que devessem ter a mesma motivação ética – a de cuidar de alguém –, resultam evidentes indagações de natureza existencial. De filho para filho, de irmão para irmão, por exemplo, haverá alguém mais responsável? E, ainda que assim fosse, não haveria de se fazer presente, no mínimo, um exposto, renovado e permanente grau de solidariedade, participação e colaboração? Mas, e se assim não fosse, como na maior parte dos casos não é, o evidente comprometimento de um e a reiterada ausência de outro, o não gozo (da vida) de um e o estado prazeroso (da vida) de outro, não revelam e significam algo atroz, quase perverso? *ADVOGADO MULTIMÍDIA Astor Wartchow

domingo, 2 de junho de 2013

Morar sozinho: benefícios e perigos

Por muitos anos, meus pais viveram juntos, mas as circunstâncias fizeram com que apenas após os 60 anos viessem a separar-se. É uma pena, deveria ter acontecido muito antes, e creio que teria sido melhor para ambos, talvez, até, mantendo a condição de casal. Mas a questão é bem estar pessoal e coletivo, no caso, da família. Só que com o passar dos anos as dúvidas sobre até quando eles poderão viver sozinhos só aumentam. Minhas avós se viraram bem até quase os 90. O problema é que cada caso é um caso, idade, sexo, tudo varia muito, e meu pai é um caso, como ele mesmo diria, sui generis. A dúvida e a preocupação são diretamente proporcionais e a família pode precisar tomar decisões duras ou antipáticas pelo bem de quem se ama. É assim desde a infância, quando os pais decidem por nós, depois, a tarefa é invertida. E não menos dolorida. Entram questões emocionais e financeiras em jogo. Como fazer quando a pessoa não quer ir ao médico, muito menos um hospital? Até que ponto ela consegue cuidar de coisas práticas da vida, como pequenas compras, alimentação adequada? É viável manter em casa com alguém cuidando? Internar em uma casa de repouso a partir de quando, só se deixa de conseguir levantar, ir ao banheiro, comer sozinha? E se a pessoa não quer? E as represálias possíveis?

Difícil. Mais difícil ainda quando a única coisa a fazer é esperar. E há ainda a manutenção da própria saúde e sanidade diante das dificuldades. Acredito, até porque é algo que lembro sempre que meu pai dizia, e é algo diariamente repetido nas instruções de segurança de aviões, que para cuidar dos outros é preciso estar saudável, bem consigo mesmo. Lembram da orientação? "Se houver crianças ou idosos ao seu lado, coloque primeiro a máscara em si, depois neles". O princípio é este, você precisa estar bem e forte pra conseguir salvar os outros, senão, estarão todos fracos, e o risco é ninguém se salvar. Eu não disse que era fácil. Não é. Ainda estou tentando descobrir os caminhos.


A dica fica em dois artigos que li nos últimos dias, um sobre morar sozinho e outro sobre o aumento do índice de suicídios entre idosos. Por enquanto, informação e paciência. E amor.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Tireoide e diabetes são tema de palestra na ABRASUS

Cuidados e recomendações com relação à alimentação, sinais e sintomas de doenças da tireoide e diabetes foram temas discutidos na palestra promovida nesta quarta-feira (22) à tarde pela Associação Brasileira em Defesa dos Usuários de Sistemas de Saúde (ABRASUS) no seu auditório em Porto Alegre. A palestra, seguida de bate-papo e perguntas por parte do público, foi ministrada pelo médico Carlos Gedeão da Silva Sevenini e pela nutricionista Valéria Uhr.
O médico Carlos Gedeão Sevenini iniciou a fala abordando os tipos de diabetes, a identificação dos sintomas, chamando a atenção para o fato de que, na maioria das vezes, o mais comum dos diabetes apresenta sintomas fortes já depois de algum tempo que a pessoa tem a doença, sendo importante ficar atento para que seja possível um diagnóstico precoce. Sevenini também abordou as diferenças entre doenças da tireoide. "Muitas pessoas chegam ao consultório e ficam surpresas por terem tireoide. Todos mundo tem tireoide! Mas existem patologias que podem estar presentes, especialmente na produção de hormônios, e que se apresentam frequentemente em mulheres acima de 40, 50 anos, grupo que procuramos acompanhar", explicou o médico, que encerrou com um resumo sobre como é feito o diagnóstico e o tratamento.
De acordo com Valéria Uhr, há um aumento maior de problemas de diabetes tanto do tipo 1 como tipo 2 e de tireoide que não são específicas da obesidade, mas é uma das decorrências, e o que é necessário é a busca pelo equilíbrio na alimentação. Ela destacou a importância da mastigação e do cuidado entre a diferença entre produtos light e diet, recomendando a leitura dos rótulos dos produtos. "As preparações também são  importantes, preferindo os grelhados, assados e cozidos, além de ser necessário um plano nutricional adequado a pelo menos seis refeições por dia, que vão permitir um equilíbrio tanto da situação da tiroide como da diabetes", lembrou a nutricionista.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Culpa e estímulo

Os trechos a seguir foram retirados de textos já citados no blog, mas que devem ser lidos e relidos à exaustão enquanto a situação neles retratada persistir, pois é algo difícil de enfrentar: a culpa por não poder fazer nada - quando na verdade nada pode ser feito, e o difícil é saber a diferença; e o estímulo para continuar, mesmo precisando ter atitudes duras - o que não significa maldade ou falta de carinho, ao contrário. Multiplique por 10 a dificuldade se o caso for de saúde mental e não física (como se fosse possível separar). Recomendo a leitura dos textos por inteiro, porém, seguem os "extratos" que escolhi:


Do texto "Idosos que não querem cuidar da saúde"
"Seguem algumas dicas para os filhos de pais nessas condições e para os idosos que se recusam a aderir a algum tratamento.
Filhos:Neste sentido, procurem fazer o que realmente pode ser feito em prol do idoso, porém respeitando suas decisões. Imposições podem ser interpretadas pelo genitor idoso como falta de respeito e ser motivo para desavenças. Caso ele demande, marque consulta, exames e o acompanhe nestes eventos, porém sem forçar situações. A culpa não é sua se o idoso optar não aderir a um tratamento essencial à sua qualidade de vida, portanto, não cultive um sentimento de culpa que pode ser muito prejudicial para você! Crenças negativas do idoso podem não ser apenas teimosia ou pessimismo frente à vida, mas sim refletir um quadro de depressão ou uma insatisfação frente às perdas associadas ao envelhecimento e iminência de morte (que pode aumentar à medida que a idade avança e alguns sintomas de doença começam a aparecer)."

E, ainda:

Do texto "Como conversar e lidar com um idoso teimoso"
"Não tenha o objetivo de agradar às pessoas: Se tem a consciência que está a tomar a melhor decisão face a uma determinada situação, independentemente de esta magoar outrem, tome-a! Nunca adote medidas de modo a ser popular ou a fazer a vontade a um idoso, só pelo simples facto de ele ser idoso, pois, no fundo, pode estar a prejudicá-lo mais."

Ansiedade que se renova

O tempo passa, mas a ansiedade só aumenta. Será a idade? Será que ela sempre esteve lá? Acredito que sim, e tento identificar em mim os mesmos traços e evitar o mesmo destino. Ansiedade gera medo, e se a resposta for negativa, frustração e raiva. Pode estar em pequenas coisas, ridículas. Ridículas para quem? Como medir a dimensão? Como lidar com essas ansiedades e frustrações, especialmente quando nunca se aprendeu? Como explicar o que não foi apresentado a alguém em mais de 70 anos?

Pra mim eram apenas alguns parafusos na parede, deixados pela proprietária do apartamento recém comprado, e que logo mais podem ser substituídos, retirados, utilizados. Preferencialmente com quadrinhos, prateleiras. Mas, enquanto isso, eles poderiam ficar ali. Bem, mas para quem tem um grau de ansiedade que não cabe em si, eles não podem. Precisam ser retirados, corrigidos, ou preenchidos, sob pena de alta angústia. Poderia ser outra a razão da angústia: excesso de doces, "mimos", que poderiam ser consumidos lentamente, cada colherada com o sabor do carinho de quem presenteou. Mas, não, é preciso terminar com eles logo, ou passar adiante. Será uma tentativa de passar também o carinho adiante? De fazer com que o carinho se espraie ou de tentar negá-lo? Ou de voltar à situação anterior, angustiante, porém conhecida e insanamente confortável do não ter com que ficar ansioso.

Às vezes nosso problema pode ser não ter problemas. Outras, o problema não ser reconhecido pelos demais. Mas como fazer quando a solução não nos compete, ou afetará outros, e a pessoa precisa ver isso por si? Difíceis resoluções, que vão da ação à capacidade de entender quando nada é possível ou só será se o outro quiser.

Diagnósticos à parte, ansiedade é tratável, psicológica ou quimicamente (ambos, inclusive). O difícil é fazer ver e agir. Aceitar o por enquanto, que pode ser para sempre. Ser sereno mas também firme. Não abandonar, embora a vontade - sua própria ansiedade - seja a de resolver para seguir, e isso não esteja sendo possível. E se o tratamento fosse dado, e desse certo? O que é dar certo, a partir de certo ponto? Ansiedade... cada um com as suas, com seus parafusos não preenchidos.

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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Na mídia


Via Coisa de Velho com informações da Folha de São Paulo

De olho no envelhecimento da população brasileira, a Globo está investindo em produções que dialoguem com esse público.
Em dezembro, exibiu o telefime “Doce de Mãe”, de Jorge Furtado e Ana Luiza Azevedo, com Fernanda Montenegro, sobre uma matriarca de 85 anos.
Agora, a emissora autorizou a produtora O2 Filmes a escrever uma série cujos protagonistas serão pessoas de mais de 75 anos.
Intitulada “Os Experientes”, o programa trará grandes atores mais velhos da TV.
“O tema, evidentemente, é a idade, mas não será um documentário. A televisão explora pouco o tema da terceira idade”, diz o diretor Fernando Meirelles.
O projeto está na fase de desenvolvimento dos roteiros. Caso seja aprovado, a direção caberá a Meirelles e a seu filho, Quico.
Na semana que vem, o “Fantástico” estreia uma nova temporada do quadro “A Vida que Pedi a Deus”, sobre aposentados. Nessa edição, os participantes viajam para Porto Seguro e Las Vegas.
Segundo pesquisa do IBGE divulgada no fim de 2012, o número de idosos na população brasileira passou de 15,5 milhões, em 2001, para 23,5 milhões em 2011.
O instituto considera pertencentes à terceira idade indivíduos de 60 anos em diante.


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